Uma
manifestação diária,
que acontece nas ruas
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O
carnaval dos abusos pelas ruas e calçadas
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Empresários e representantes
do governo, se reúnem regularmente para traçar planos de transportes e aumentos
de tarifas. A dominação da malha viária urbana. E os empresários como
categorias detentoras de capitais financeiros, controladores de monopólios e
oligopólios, dominando territórios, estão sempre com tabelas e planilhas
mostrando as suas perdas de lucros. Justificadas por seus custos, de mão de
obra, manutenção da frota e combustíveis.
E o governo municipal,
oferecendo e distribuindo as explorações de linhas, não tem como aferir e
julgar planilhas apresentadas. Não cria estratégias de aferimentos dos custos,
de passageiros por quilômetros, percorridos e transportados. Ainda que delegue
suas competências de mobilidade urbana territorial aos empresários. E torna-se
refém de lobbys e empresários. Precisa recorrer do dinheiro do povo, que usa o
transporte diariamente.
E quando acontece um aumento
da tarifa nos transportes coletivos, manifestantes ocupam as ruas para um
protesto. Um movimento contra um aumento da tarifa, e um movimento principalmente,
pela melhoria do sistema de transporte público. O argumento do levante é o
aumento. O povo na sua vida diária, não é uma categoria unida. O atropelo e o
desespero do dia a dia, com horário desregrados não permitem uma parada ou uma aglomeração,
para uma manifestação, cada um tem um horário e um trabalho a cumprir. O povo é
controlado por rédeas, para seguir em uma direção.
Mas com o aumento da tarifa,
centavos se somam ao dia a dia. De pequenas moedas no dia a dia, formam grandes
cédulas mensais. Então a reivindicação de um sistema que atenda a necessidade
do povo usuário, o denominado cidadão. E facilite o transporte nas cidades, o
espaço geográfico do cidadão. Os raros usuários, são os que normalmente com
seus carros, criticam, a partir do que avistam por trás de um vidro ou de um para
brisas. Mas em algum momento, aqueles usuários motorizados, por algum momento,
sem poder usar seus automóveis, serão beneficiados, pelos que colocaram a cara
nas ruas, seus corpos a disposição de cassetetes, e seus olhos expostos a gás
de pimenta. Alguns podem até fazer um passeio de camburão, defendendo o bolso
alheio.
Os motorizados, parecem ter
nascido com quatro rodas. Primeiro se tornam uns desesperados por estarem por
algumas horas ou alguns dias sem os seus carros. Depois descobrem que existem
os transportes coletivos, para aqueles que nasceram sem rodas. Nos passeios
noturnos e nos finais de semana, utilizam seus carros como justificativa de
prioridades, comodidades e segurança. Utilizam automóveis particulares como
argumento da tranquilidade em voltarem para casa. Mas não são capazes de
largarem seus carros, e reivindicarem um transporte coletivo eficiente de
madrugada. Preferem o lado cômodo de serem críticos e motorizados. As cidades
já não tem tantas ruas para a quantidade de carros.
Com as manifestações contra os
aumentos. Um movimento que acontece, não apenas pela reivindicação do
transporte. Há uma filosofia e uma ideologia embutida. Um movimento por
melhores condições de vida. Não há necessidade de provar por A+B, o quanto um
transporte coletivo diminui a quantidade de veículos, trafegando nas ruas. Reduzindo
congestionamentos, com economia de tempo, e a poluição do ambiente, E os
denominados manifestantes, caminhando a pé reivindicam por melhores veículos, com
conforto e eficiência, um respeito a um horário, que respeite uma planilha de horários,
com pontualidade e eficiência. Abrigos protegidos do sol e da chuva, se
possível do vento que influencia a direção da chuva.
E os nobres e cultos
motoristas, com ares de abonados, sempre prontos para uma crítica contra
aqueles que interferem no seu conforto. Com seus automóveis posam na condição
de um vencedor, do individual sobre o grupo coletivo. Já outros de frente a uma
televisão, estabelecem uma sentença e uma pena, como se fossem deuses ou
juízes. O carnaval dos carros alegóricos, de resultados tecnológicos das
culturas importadas, com luzes coloridas, segue um bloco desfilando diariamente
pelas ruas e avenidas, sistematicamente. Seguem na cadencia dos semáforos, com
alguns escorregando do samba e das avenidas, em canteiros e calçadas, seguindo
na contramão da educação. Com seus carros e outros aparelhos dotados de GPS,
podem ser facilmente localizados por aqueles que dominam e controlam o sistema.
Com ares de vencedor não percebem que são controlados, usados contra um povo. O
automóvel é a sua armadura, em um exército que ocupa as ruas. Jogam e espalham
lixo pelas ruas com seus movimentos velozes, colocando a culpa no menos
protegidos, menos educados, e menos aculturados. Esquecem dos seus resíduos
deixados e acumulados em Mariana/MG e Jacareí/SP. E o rio que era doce se
acabou.
Acessibilidades para os idosos
e deficientes. Passe livre para estudantes, a caminho das escolas em busca de
conhecimento. A vida é um movimento constante. Foi caminhando que o homem
primitivo adquiriu conhecimento. Usou animais e inventou veículos para fazer
viagens, chegando mais longe, adquirindo novos conhecimentos. O homem primitivo
caminhou sem rodas, e sem tapa ouvidos. A paisagem e a natureza eram o seu
conhecimento, continuando e aprendendo. O automóvel não foi inventado, para
construir e permanecer parados, ou em engarrafamentos. Um automóvel,
proporciona um movimento, e não justifica ficar estacionado impedindo outros
movimentos. As ruas e estradas, desde o princípio, quando eram picadas ou
caminhos, eram o espaço de todos. Uma trilha para chegar ou partir.
O sistema público de transportes,
é operado por empresas particulares e concessionárias, a partir de uma
licitação. A empresas de transportes coletivos cumprem um papel do Estado.
Facilitando o deslocamento daqueles que produzem mercadorias, serviços e
divisas. O Estado e a Prefeitura, à medida que as cidades crescem devem
facilitar os deslocamentos, entre o centro e a periferia. Sem contanto auferir
lucros, devem criar alternativas com o planejamento, do aumento da sociedade
que necessita de transportes para o seu deslocamento. O transporte coletivo é
um serviço de utilidade pública.
E os sistemas de implantação
de melhoria de qualidade, não têm servido para nada. Uma ideia importada, para
controlar um povo. A gestão da qualidade vem perdendo espaço, para a gestão do
lucro. O oligopólio e o monopólio das empresas de transporte coletivo, não
permitem uma outra escolha da população. Não há alternativas de escolher outros
itinerários e outras empresas. Em contrapartida e na contramão, as prefeituras
parecem não trabalhar pelo povo, já que os prefeitos são eleitos pelo povo. Enquanto
nas Câmaras e Assembleias formam-se os Lobbys. Homens de terno e gravata,
lembram o velho Barata no domínio da Zona Oeste carioca. Os grandes empresários
dos transportes coletivos. São autorizados a explorar linhas, sem explorar os
passageiros. Praticam por concessão, uma obrigatoriedade do estado.
Enquanto o usuário é
notificado e educado a facilitar o troco, os órgãos competentes não facilitam o
desgaste e o sacrifício diário do usuário. Prometem mundos e fundos, com festas
para o futuro, em um momento indeterminado e indefinido, sem, contudo, melhorar
o presente. Enquanto administradores públicos, prometem um futuro melhor,
cortam a cidade em seus carros blindados, com ar condicionado e vidro fechado,
com película no vidro. A trave nos olhos, para não ver um município mal
administrado. Trabalham em lugares fechados, construindo regras e normas que
facilitem seu dia a dia; debatem e lançam perdigotos, em seus colegas, com cafezinho
e agua gelada. Em seus carros enxergam a cidade por um vidro. Em seus gabinetes
sem janelas, enxergam o município por textos e imagens em telas. Viajam para
outras cidades para agendar um carnaval. Convidam os artistas que convidariam
para frequentar a sua casa. A arrecadação municipal, garante transporte,
estadias e translado, pelas partes belas da cidade.
E diariamente com os
passageiros sentados e calados, em pé e suados, acalorados e apertados; atrasados
e apressados, com o dia sofrido e calculado. Estes apreciam diariamente pelas
janelas, uma manifestação do lado de fora. A manifestação daqueles que possuem
automóveis. Os que julgam serem donos das calçadas e das ruas. Aqueles que diariamente
retiram seus carros de casas ou apartamentos, isolados em condomínios, com garagens
e estacionamentos, para ocuparem um espaço na rua. Tiram seus carros de locais
protegidos e abrigados do tempo, para expô-los nas ruas. Criam
congestionamentos, isolando-se do mundo. Estacionam em fila ao longo do meio
fio, da calçada e da pista, impedindo um pedestre, de atravessar uma rua.
Agridem, intimidam e ameaçam, as vidas e a integridade, daqueles que com o uso
dos pés e das pernas, ou com o uso de uma cadeira de rodas, procuram exercer
seu direito de ir e vir.
Em um contrato de trabalho não
constam clausulas, que obriguem o contratado, a chegar no trabalho motorizado. E
na CTPS, não consta alguma anotação como adendo as obrigações do empregado, que
este deva usar veículo próprio para não chegar atrasado. Cabe a cidade promover
um bom deslocamento, arrecadando impostos. Pelas janelas dos coletivos são
avistados veículos: de quatro, cinco, ou mais lugares, e circulam pelas ruas,
apenas com um elemento sentado, na condição de motorista e passageiro. Veículos
que ocupam vários metros quadrados sobres as ruas, calçadas e pistas.
O automóvel é uma grande
jogada internacional. Promovem uma venda casada, com veiculo, manutenção e
combustível, todos controlados por empresas multinacionais. Recebemos
sistematicamente novas tecnologias, que já foram usadas e exploradas no
exterior. Como não há mais espaço nas ruas os pátios das montadoras est]ao
sempre lotados, criando sempre uma nova promoção para clientes iludidos, na
busca do automóvel como símbolo.
A atual indústria aeronáutica
é a prova, para um futuro. Vem montando aviões de outros países, já que ainda
não justificam maiores investimentos, com incentivos e isenções de impostos
para se instalar em terras brasileiras. Até o dia que possam incutir na cabeça
de possuidores de capital, o quanto é bom possuir um jatinho.
Quem compra um veículo,
adquire um problema. Um problema que não pode ser deixado na porta ou na calçada
do outro. Quem usa um carro deve prever a necessidade de um estacionamento, no
local de destino. A calçada é do pedestre, e para o pedestre, com uso exclusivo
do pedestre. A calçada é o livre espaço para todos, com a prioridade e
necessidade do pedestre. E com a responsabilidade do imóvel à frente. Cada
imóvel tem uma responsabilidade sobre a calçada, o limite ente o imóvel e a
rua. Cabe ao proprietário a manutenção e conservação da calçada, também
denominada de passeio público.
A cultura surge e acontece nas
ruas. E temos visto nas ruas uma cultura produzida pela tecnologia, com
resíduos estocados em Mariana,que seguiram em direção ao mar. Com ar
condicionado e rádio ligado; com película no vidro fechado e GPS, isolam-se do
mundo, sem se importar com o que acontece do lado de fora. Seu mundo como um
ovo, idolatrando a própria microcefalia. Seguem em seus carros dizendo serem
vítimas do sistema, com deficiência de transportes e violência.
E a cultura nativa, aquela
construída com a história e os costumes formados preservados, em um local, pode
ser um instrumento de reduzir a violência. Mas há uma necessidade que o poder
público, a começar pela prefeitura, que franquie o uso dos espaços públicos aos
que estão dispostos a andarem por ruas e calçadas, promovendo e preservando a
cultura, com música, teatro e poesia. O povo e a cultura precisam se encontrar
e ocupar as praças e as calçadas.
A defesa do uso da literatura,
a começar com o uso e da leitura dos estatutos, da criança, do adolescente, ou
do idoso. E o estatuto ou as leis que preservam e priorizam os deficientes. E
ainda temos uma outra literatura, as normas e regras de transito supostamente
aprendidas, estudadas e decoradas, para fazer uma prova. E depois esquecidas
pelos motoristas que possuem um automóvel e uma CNH.
Textos
disponíveis em:
Uma
manifestação diária, que acontece nas ruas
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Textos
originais
Textos
sobre mobilidade urbana
Manifestação
silenciosa
http://www.publikador.com/meio-ambiente/maracaja/manifestacao-silenciosahttp://www.recantodasletras.com.br/artigos/5451427
http://umabodegapotiguar.blogspot.com.br/2015/03/manifestacao-silenciosa.html
http://valedojerimum.blogspot.com.br/2015/03/manifestacao-silenciosa.html
A
manifestação diária, que acontece nas ruas
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Publicado em Substantivo
Plural
http://www.substantivoplural.com.br/manifestacao-diaria-acontece-nas-ruas/
Em 02/02/16
Roberto
Cardoso “Maracajá”
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